Dicas

Como identificar problemas de crescimento infantil?

Seu filho(a) parece baixinho(a) para a idade? O Além da Altura pode auxiliar na identificação dos principais sinais!

O crescimento adequado de uma criança é um dos principais indicativos de que sua saúde está indo bem!

Todavia, as dúvidas sobre o desenvolvimento corporal são frequentes e costumam causar inquietação nos pais. Questionamentos como “meu filho está crescendo corretamente?” ou “fui desatento(a) em algum momento?” são normais, mas precisam ser esclarecidas o quanto antes.

Afinal, entender como identificar problemas de crescimento infantil não é uma tarefa simples. Então, nós estamos aqui para te ajudar e orientar, ok? Você não está sozinho(a)!

 

Baixa estatura, possíveis causas e a importância do acompanhamento médico

 

Primeiramente, é preciso entender que o desenvolvimento da criança está relacionado a diversos fatores. Dentre eles, destacamos funções endócrinas (hormônios), anormalidades cromossômicas (desordens genéticas), alimentação, doenças crônicas e afins 1.

É por isso que o acompanhamento periódico com o pediatra é indispensável. O profissional fará o devido monitoramento das curvas de crescimento e, caso haja alguma questão prejudicial ao processo, a mesma será identificada e tratada.

 

Quais são os parâmetros de crescimento?

Uma atitude muito comum entre pais/cuidadores é comparar a altura de seu filho(a) com a de outras crianças da mesma idade. Sim, este pode ser um indicativo – mas é preciso lembrar que cada criança cresce em seu próprio ritmo.

O que reforçamos aqui no Além da Altura é que existem parâmetros considerados “normais” para cada etapa da vida. São eles:

 

Entre o nascimento e o 1º ano de vida: 25 cm/ano;

Entre o 1º e 3º ano: 12,5 cm/ano;

3º ano: 7 a 8 cm;

3º ano até a pré-puberdade: 5 a 7 cm/ano;

Durante a puberdade: 7 cm/ano 2.

 

Entretanto, somente o médico responsável pelo monitoramento poderá fornecer respostas confiáveis e embasadas pelas curvas de crescimento juntamente às análises clínicas.

 

Como identificar problemas de crescimento infantil: sinais que podem ser percebidos no dia a dia

 

Além da comparação de estatura mencionada acima, há alguns outros sinais que devem ser observados e sempre repassados em consultas, como atraso na dentição e idade óssea, cabelos muito finos (ralinhos), desenvolvimento corporal lento e roupas e/ou sapatos que continuam servindo com o passar do tempo 3. Vale destacar que tais indícios são comuns, contudo, não apontam necessariamente a presença de algum distúrbio do crescimento.

 

E por falar em distúrbios do crescimento…

Em alguns casos, os distúrbios podem ser descobertos no nascimento, quando o bebê possui peso ou altura anormais. A seguir, entenderemos melhor sobre suas possíveis causas:

 

Ausência de nutrientes na alimentação: tais como Zinco, Vitamina A e Ferro 4;

Incapacidade de absorção dos nutrientes: em situações como esta, diversos exames serão solicitados para identificar o déficit no organismo da criança;

Alvo familiar ou genético: em linhas gerais, se os pais são baixos, existe a probabilidade que os filhos do casal também sejam 5;

 

Deficiências hormonais: o hormônio do crescimento, também conhecido como GH (Growth Hormone) possui uma tarefa indispensável no aumento da altura, conforme o próprio nome já sugere. Produzido pela glândula hipófise – localizada na base do crânio, está presente em níveis adequados em pessoas de estaturas “normais” 3.

Produzido em baixas quantidades, pode causar nanismo (baixa estatura grave). Por outro lado, é muito provável que o excesso acarrete em gigantismo (quadro de crescimento exagerado) 3.

 

Doenças genéticas: basicamente, estamos falando de alterações no material genético (DNA) do indivíduo. Só para ilustrar: é o DNA que determina nossas características físicas – incluindo a altura. Destacamos aqui algumas condições resultantes dessas alterações:

  • Síndrome de Prader-Willi: doença genética que causa deficiência intelectual, perda de estatura e obesidade 6. Não há cura, mas há tratamento;
  • Síndrome de Turner: acomete apenas meninas e é caracterizada pela monossomia do cromossomo X (ou seja, a mulher nasce com apenas 1 cromossomo sexual).

Atinge 1 a cada 1.500-2.500 mulheres ao redor do mundo e, comumente, provoca sintomas como perda de estatura, infertilidade, dificuldades de aprendizagem, puberdade tardia, dismorfismos faciais e complicações cardíacas. Também não há cura, apenas tratamento7.

 

Como os distúrbios são diagnosticados?

Importante salientar que somente um médico especialista deve realizar o diagnóstico de distúrbio do crescimento – no caso, o Endocrinologista Pediátrico.

O profissional poderá realizará alguns testes e exames para identificar a possível condição com clareza. Exemplos:

  • Raio-X de idade óssea;
  • Exames de sangue;
  • Exames físicos 5;
  • Entre outros.

 

Sendo assim, não dispense a avaliação de um bom profissional e atente-se à saúde do seu filho(a). Lembre-se que a prevenção e o diagnóstico precoce proporcionam qualidade de vida a quem amamos.

 

Até a próxima!

Time Além da Altura

 

*Sempre procure orientações médicas. Os conteúdos disponíveis neste site são exclusivamente para fins informativos e, de forma alguma, substituem a avaliação detalhada do Endopediatra.

 

Leia nossos conteúdos relacionados:

Qual é altura ideal para cada idade?
7 dicas para seu filho(a) crescer saudável!
Síndrome de Turner e outras causas para a baixa estatura em crianças

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Referências bibliográficas:

 

  1. Revista HCPA. Porto Alegre. Vol. 23, n. 1-2 (mar./jun. 2003), p. 108-114. Baixa Estatura: Investigação Diagnóstica e Detecção da Deficiência do Hormônio De Crescimento/ Short Stature: Investigation And Detection Of Growth-Hormone-Deficiency. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/164304.
  2. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Crescimento – Departamento Científico de Endocrinologia. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/desenvolvimento/crescimento/#:~:text=a)%20Nascimento%20%E2%80%93%201%20ano%20de,a%2012%20cent%C3%ADmetros%20ao%20ano.
  3. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). 10 coisas que você precisa saber sobre crescimento e GH. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-crescimento-e-gh/.
  4. Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Suplementação diária aumenta o crescimento de crianças com baixa estatura. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://abran.org.br/2020/05/01/suplementacao-diaria-aumenta-o-crescimento-de-criancas-com-baixa-estatura/.
  5. Stanford Children’s Health. Growth Problems in Children. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://www.stanfordchildrens.org/en/topic/default?id=growth-problems-90-P01956.
  6. Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Instituto da Criança, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, SP. Síndrome de Prader-Willi: Aspectos Metabólicos Associados ao Tratamento Com Hormônio de Crescimento. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abem/a/cWZtNx3ghqvXKjj73gxQWtQ/?lang=pt&format=pdf
  7. Ministério da Saúde – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Síndrome de Turner. [Último acesso em setembro de 2021]. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/03/pcdt-sindrome-de-turner-livro-2010.pdf.